Em primeiro lugar, temos que definir: “qual” cenário econômico? O propalado pelo governo? O ameaçado pelos economistas e comentaristas que insistem com suas apocalípticas análises e inconclusivos laudos como legistas dos desastres econômicos do dia a dia? O cenário que leva o empresário a uma ciclotimia neurótica entre agudos temores e fugazes euforias: afinal, nossa economia vai bem ou bem não vai? O cenário “admirável mundo novo” desenhado em eventos de RH? Seria melhor considerar o cenário em que se debatem empresas e gestores de RH, buscando entender rumos e tendências e, especificamente, conhecer e dominar ferramentas práticas, que levem a soluções para o grande drama: tem muita gente desempregada e subempregada no mercado de trabalho, mas falta gente para atender a demanda do tímido crescimento do PNB na casa dos preguiçosos 3%?
Sem o engessamento da escolha de cenário e, a par do operacional concreto, o fato é que, desde a malfadada reengenharia dos anos 90 e do brotar da geração formatada em terabites, o mercado de trabalho passou a redesenhar suas fisionomia e textura. Não é o mesmo e nunca será igual, bastando, para mudar muito, o intervalo de tempo entre uma crise econômica e outra e os surtos transformacionais que são a herança de cada uma. A reengenharia e o seu perverso mecanismo “corta cabeças”, “enxuga a estrutura”, “corta custos a qualquer custo”, romperam o pouquinho de confiança das pessoas para com as empresas. Nota-se a legião de pessoas que todos os dias aposta as suas fichas nos concursos públicos porque viram seus pais (ou elas próprias, a depender da idade) sendo considerados como “gorduras” e despedidos como descartáveis de menor importância. Em face dessa dolorosa memória, muitas pessoas optaram por empreender a sua libertação definitiva: rasgaram seus currículos, guardaram a carteira profissional, abriram seus negócios e prosperaram na sua gigantesca maioria. Seus filhos, a turminha dos terabites, acompanhando os dramas vividos em casa naqueles tempos que não justificam saudades, registraram, no chamado inconsciente coletivo, que o melhor mesmo é buscar os próprios caminhos, bem ao estilo de “empregar” a ser “empregado”! E as empresas precisando de gente!
Uma outra vertente do problema: aumentou muito o percentual de brasileiros com acesso ao ensino superior, mas a qualificação propriamente dita não avançou nem para alcançar a poeira levantada pela expansão da economia. O resultado: as empresas ofertando postos de trabalho e sem a contrapartida de postulantes. A falta crônica de qualificação profissional é a severa consequência dos anos de muita discussão sobre modelos de educação, com viés de confusa, se não ultrapassada ideologia, e nenhum resultado prático. Sabem disso os profissionais de atração e seleção de pessoal nas empresas: a cada requisição de pessoal que brota na tela do sistema de RH, corresponde um tremor. E cada um desses profissionais se transforma numa espécie e Indiana Jones corporativo, na busca do candidato perdido.
E a economia segue indiferente aos seus juízes, detratores. E, há muito livre dos seus ineficazes planejadores, ela escancara a realidade: se não tem gente disponível no mercado de trabalho dos dias atuais, nos próximos meses a única diferença é que tudo será pior. O descompasso entre a qualificação de pessoas e o vórtice da demanda pelas empresas será uma desgastante rotina. Se o mundo não acabar, segundo as previsões do calendário maia, também não vão acabar os vetores que pressionam por ações rápidas, especialmente da parte dos gestores de RH, que estão com os olhos postados no futuro e que já sentiram o tamanho da encrenca. E o que deve ser feito para enfrentar de forma minimamente preventiva todo esse cenário que, repito, só mudará na intensidade das suas cores mais fortes ou, para rimar, das suas dores?
As empresas precisam mudar no que se refere à atratibilidade das pessoas qualificadas. Salários e benefícios de mercado não aumentam em nada a atratibilidade: se é de mercado, todas as empresas oferecem e onde está uma razão que seja para que a pessoa preste mais atenção na vaga oferecida pela empresa? É aí que entra o RH para valer: já que em 2013, no mínimo, a dificuldade será a mesma, então se justifica a mudança na empresa para que possa atrair e reter as pessoas qualificadas e, melhor ainda, aquelas realmente talentosas. E a receita para isso é simples: além da retribuição pecuniária, a empresa deve ter, oferecer e manter uma perspectiva de carreira consistente, o compromisso de inversão de recursos no desenvolvimento profissional, a garantia de processos gerenciais e de liderança éticos e motivadores, a permanência renovada todos os dias de qualidade de vida e ambientes humanos, a fidelidade da empresa aos seus colaboradores, sem aquele tradicional hábito de demitir indiscriminadamente, apenas porque as vendas caíram na proporção do tamanho do Bóson de Higgs. A proteção da vida e da dignidade humana, com zero acidentes de trabalho e zero motivos para processos trabalhistas e o que é mais importante e que cada empresa deve descobrir em si: a razão principal que justifique a paixão por ela!
Sem o engessamento da escolha de cenário e, a par do operacional concreto, o fato é que, desde a malfadada reengenharia dos anos 90 e do brotar da geração formatada em terabites, o mercado de trabalho passou a redesenhar suas fisionomia e textura. Não é o mesmo e nunca será igual, bastando, para mudar muito, o intervalo de tempo entre uma crise econômica e outra e os surtos transformacionais que são a herança de cada uma. A reengenharia e o seu perverso mecanismo “corta cabeças”, “enxuga a estrutura”, “corta custos a qualquer custo”, romperam o pouquinho de confiança das pessoas para com as empresas. Nota-se a legião de pessoas que todos os dias aposta as suas fichas nos concursos públicos porque viram seus pais (ou elas próprias, a depender da idade) sendo considerados como “gorduras” e despedidos como descartáveis de menor importância. Em face dessa dolorosa memória, muitas pessoas optaram por empreender a sua libertação definitiva: rasgaram seus currículos, guardaram a carteira profissional, abriram seus negócios e prosperaram na sua gigantesca maioria. Seus filhos, a turminha dos terabites, acompanhando os dramas vividos em casa naqueles tempos que não justificam saudades, registraram, no chamado inconsciente coletivo, que o melhor mesmo é buscar os próprios caminhos, bem ao estilo de “empregar” a ser “empregado”! E as empresas precisando de gente!
Uma outra vertente do problema: aumentou muito o percentual de brasileiros com acesso ao ensino superior, mas a qualificação propriamente dita não avançou nem para alcançar a poeira levantada pela expansão da economia. O resultado: as empresas ofertando postos de trabalho e sem a contrapartida de postulantes. A falta crônica de qualificação profissional é a severa consequência dos anos de muita discussão sobre modelos de educação, com viés de confusa, se não ultrapassada ideologia, e nenhum resultado prático. Sabem disso os profissionais de atração e seleção de pessoal nas empresas: a cada requisição de pessoal que brota na tela do sistema de RH, corresponde um tremor. E cada um desses profissionais se transforma numa espécie e Indiana Jones corporativo, na busca do candidato perdido.
E a economia segue indiferente aos seus juízes, detratores. E, há muito livre dos seus ineficazes planejadores, ela escancara a realidade: se não tem gente disponível no mercado de trabalho dos dias atuais, nos próximos meses a única diferença é que tudo será pior. O descompasso entre a qualificação de pessoas e o vórtice da demanda pelas empresas será uma desgastante rotina. Se o mundo não acabar, segundo as previsões do calendário maia, também não vão acabar os vetores que pressionam por ações rápidas, especialmente da parte dos gestores de RH, que estão com os olhos postados no futuro e que já sentiram o tamanho da encrenca. E o que deve ser feito para enfrentar de forma minimamente preventiva todo esse cenário que, repito, só mudará na intensidade das suas cores mais fortes ou, para rimar, das suas dores?
As empresas precisam mudar no que se refere à atratibilidade das pessoas qualificadas. Salários e benefícios de mercado não aumentam em nada a atratibilidade: se é de mercado, todas as empresas oferecem e onde está uma razão que seja para que a pessoa preste mais atenção na vaga oferecida pela empresa? É aí que entra o RH para valer: já que em 2013, no mínimo, a dificuldade será a mesma, então se justifica a mudança na empresa para que possa atrair e reter as pessoas qualificadas e, melhor ainda, aquelas realmente talentosas. E a receita para isso é simples: além da retribuição pecuniária, a empresa deve ter, oferecer e manter uma perspectiva de carreira consistente, o compromisso de inversão de recursos no desenvolvimento profissional, a garantia de processos gerenciais e de liderança éticos e motivadores, a permanência renovada todos os dias de qualidade de vida e ambientes humanos, a fidelidade da empresa aos seus colaboradores, sem aquele tradicional hábito de demitir indiscriminadamente, apenas porque as vendas caíram na proporção do tamanho do Bóson de Higgs. A proteção da vida e da dignidade humana, com zero acidentes de trabalho e zero motivos para processos trabalhistas e o que é mais importante e que cada empresa deve descobrir em si: a razão principal que justifique a paixão por ela!
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