terça-feira, 5 de março de 2013

O valor da terceira idade nas organizações




Estamos em pleno século XXI, vivendo na pós modernidade – na Era do Conhecimento – e com a economia mundial globalizada.

Desde as últimas décadas do século passado, os avanços tecnológicos e de comunicações acontecem a passos largos, numa progressão geométrica, e, atualmente, o conhecimento tornou-se recurso de primeira necessidade para a sociedade em âmbito geral. Com tudo isto, tornou-se possível o acesso facilitado às informações e suprimentos técnicos e tecnológicos, promovendo profundas e significativas mudanças no modo e estilo de vida das pessoas e na forma de produção das organizações.

Então, como uma organização pode conseguir vantagem competitiva neste novo modelo de economia? Como criar diferenciais num produto em relação ao do concorrente? Hoje, as grandes organizações, aquelas de maior sucesso, já sabem que o seu diferencial está em colocar foco na gestão do conhecimento.

E a única forma de uma organização conseguir obter, acumular e “armazenar” esse bem tão precioso – o conhecimento – é através dos seres humanos, ou seja, os seus empregados. Assim, são estes os pro-cessadores e geradores de conhecimento, que poderão promover sua competitividade e perenidade no mercado. São eles os verdadeiros ativos na gestão do conhecimento.

Senilidade x Senioridade

das pesquisas do IBGE, sabe-se que o Brasil está se tornando um país de idosos: nascem menos bebês e as pessoas vivem mais. E aquela imagem pejorativa e estigmatizada do idoso senil, vivendo um período de vida de decadência física e mental e incapaz de manter-se produtivo, está ficando no passado, tornando-se coisa do “outro século”, literalmente.

Atualmente, graças àqueles avanços tecnológicos e com os progressos da ciência, a sociedade ganhou, entre diversos aspectos, benefícios expressivos nos tratamentos de saúde, com medidas profiláticas de doenças, bem como, mais mobilidade e conforto material, que milhares de pessoas usufruem, promovendo, portanto, melhor qualidade de vida e tornado possível chegar à maior longevidade, com as capacidades intelectual, emocional e social preservadas, com mais saúde, energia e disposição e, portanto, ainda ativas e produtivas.

Neste novo cenário social, o processo de envelhecimento mudou e a pessoa da terceira idade pode alcançar a senioridade, pois, no decorrer de sua vida e do exercício de suas atividades e experiências profissionais, elas conseguem acumular conhecimentos adquiridos, através do aprendizado contínuo, cada vez mais necessário, alcançam elevado grau de sabedoria, tendo maior consciência de seus recursos, limitações e atos e suas consequências. O resultado é superior senso de competência e responsabilidade e mais atenção para produzir um bom trabalho.

Tendem também a desenvolver melhor visão estratégica e serem mais assertivas, prudentes, acessíveis e adaptativas, detentoras de credibilidade e liderança conquistadas. E, deste modo, esse novo perfil de pessoa e profissional de “personalidade sênior” serve de modelo e referencial positivos para as gerações posteriores.

Senioridade x Sênior

Fazendo uma ressalva nesta reflexão: ser sênior no patamar da carreira não significa necessariamente alcançar a senioridade, pois esta vai além da gestão de carreira. Afinal, a senioridade é uma personalidade sustentável, com um mix de ingredientes, como a autoestima, o autovalor e a autoimagem, positivamente articulados entre si, ou seja, é ter um senso do Eu equilibrado, tornando-se uma pessoa respeitada e digna de credibilidade.

Neste sentido, o coaching é um processo interessante que propicia alcançar “personalidade sênior”, pois trabalha todos os seus ingredientes, promovendo a excelência não só na gestão da carreira como também no exercício do bem viver.

Aposentar.... ou não

Atualmente, a geração que já passou dos 50 anos e está chegando à terceira idade, é aquela que acompanhou e testemunhou de perto as muitas e significativas mudanças históricas: a virada para o século XXI, com as múltiplas transformações das tecnologias e das comunicações e a “implantação” da Era do Conhecimento e da economia globalizada. Mais do que qualquer outra geração, essas pessoas tiveram que ter muita flexibilidade, resiliência e capacidade de adaptação no decorrer de todo esse processo. São verdadeiros arquivos vivos.

Estão também “inaugurando” uma nova terceira idade: pessoas com grande acúmulo de conhecimento devido àquela vivência e com muita disposição de continuar em atividade. Porém, estão no tempo de começar a pensar seriamente na aposentadoria.

Aqueles que estiverem dispostos a continuar no mercado de trabalho, poderão ter a opção de manter-se na mesma função que antes ocupavam ou fazer uma reciclagem profissional e buscar uma recolocação em outras funções, que pode ser em consultoria, mentoring, coaching ou treinamentos dos jovens que estão chegando agora no mercado trabalho.

A organização que se dispuser a perceber a pessoa da terceira idade como alguém que ainda tem muito com o que contribuir para a sociedade com sua expertise e “personalidade sênior” e mantê-lo em seu quadro de funcionários, mostrará o valor que dá ao seu capital humano, estabelecerá um novo paradigma relacional ao montar equipes com diversidade de gerações e, com certeza, estará tendo uma visão futurista.

Afinal, é importante ressaltar que, devido aos fatores citados neste artigo, daqui para frente, cada vez mais, as organizações terão verdadeiros mananciais de senioridades – em qualquer departamento – com talentos lapidados através de carreiras e vidas bem-sucedidas.

Mariah Bressani

Palestrante, especialista em Gestão Empresarial e Psicologia. Professional and Self Coach. Escritora do livro Master Coaches da Editora Ser Mais. mariahbressani.blogspot.com

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