Respondendo a primeira pergunta, podemos considerar de forma pragmática que, para o mundo dos negócios, existe sim um perfil ideal, ao avaliarmos o que se espera de um líder. É aquele que consegue por meio das pessoas fazer com que uma organização gere resultados extraordinários nos negócios, conquistando mercado, encantando clientes, satisfazendo seus funcionários e enchendo os bolsos dos acionistas. Para realizar tal feito, é preciso uma combinação entre conhecer o negócio em que se atua e comportamentos sociais desenvolvidos, pois um líder deve ser capaz de fazer seguidores e saber para qual direção deve conduzi-los.
É inegável que uma formação de respeito e principalmente boas experiências são fundamentais para que alguém desenvolva suas competências de negócio. No entanto, o sucesso de um profissional depende mais de aspectos comportamentais e inteligência emocional, o que fica evidente ao olharmos o histórico de grandes líderes. Aí é que as coisas se complicam, pois quem possui qualidades desejáveis como ter ótima capacidade de análise e ser dotado de um raciocínio lógico e impessoal, raramente consegue ser tão hábil ao avaliar o impacto humano de suas ações ou tomar decisões baseadas apenas em intuição. Ao tratarmos de comportamento, estamos nos referindo a tendências, que muitas vezes se apresentam como pontos opostos em uma dicotomia. Por exemplo: ou apresentamos tendência para ser racionais ou empáticos. E é este o ponto. É praticamente impossível encontrarmos uma pessoa que consiga reunir de modo excelente visão de negócio e habilidades comportamentais geralmente atribuídas e esperadas de um líder. É possível que se reúna um bom repertório de qualidades, mas ninguém é perfeito.
A cada dia sou levado a crer que qualquer um que esteja disposto a lutar por uma boa causa e que consiga adeptos pode ser considerado um ótimo candidato a líder. O ser humano tem em sua natureza a necessidade de fazer o bem. É comprovado cientificamente que somos movidos à emoção e sentimos prazer quando fazemos o bem ou ajudamos o próximo. Basta observar os movimentos sociais diante de tragédias como recentemente o Tsunami devastador que atingiu o nordeste do Japão. E também é comprovado que temos uma necessidade de empatia e identificação com outras pessoas. Assim, acredito que a maior qualidade de um líder é ser humano, no que me refiro a ser capaz de errar – é bem verdade que é prudente não errar tanto – e agir como alguém que sabe que é falível, mas que tem coragem para se levantar e seguir em frente, mostrando capacidade de superação.
Essa motivação para seguir lutando e superando adversidades, só é possível para quem se conhece bem a ponto de saber sonhar acordado, porque o sonho, neste contexto, talvez seja uma simples metáfora que nossa mente utiliza para materializar nossos mais profundos sentimentos de realização.
Portanto, se pudesse dar um único conselho a quem anseia ser um líder eu diria para buscar sempre o autoconhecimento, pois só assim será capaz de entender o mundo e escolher qual papel gostaria de exercer nele. Como diria Carlos Drummond de Andrade: “O importante não é estar aqui ou ali, mas ser. E ser é uma ciência delicada, feita de pequenas-grandes observações do cotidiano, dentro e fora da gente. Se não executarmos essas observações, não chegamos a ser: apenas estamos, e desaparecemos.”
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