Especialistas em carreira, coaches e psicólogos ensinam como aumentar a autoconfiança, conquistar espaço no mercado de trabalho e conseguir aumentos e promoções em seu emprego.
Pode não parecer, mas personalidades como o fundador da Ford Henry Ford, o inventor Thomas Edison, o presidente do STF Joaquim Barbosa e o apresentador Silvio Santos têm muita coisa em comum. Todos nasceram em meio à pobreza, sem grandes perspectivas, mas superaram as adversidades e são hoje homens cujas biografias servem de exemplo de superação. Em conversa com o Yahoo!, o psicólogo da Azul Psicologia e Saúde, especializado no tratamento de traumas e no desenvolvimento de executivos, líderes e atletas, Eduardo Drummond, cita os nomes acima para defender que o dinheiro - ou a falta dele - não é um limitador para o sucesso profissional, desde que haja perseverança por parte do indivíduo. "Faixa preta é o faixa branca que não desistiu", define Eduardo, que também é coach formado pelo ICI - Integrated Coaching Institute.
A determinação para atingir um objetivo ou realizar um sonho é apenas um dos ingredientes da autoconfiança, que também exige boa dose de autoconhecimento e de mudança de comportamento. Desenvolver tantas habilidades pode ser trabalhoso, mas o resultado compensa. "Quando a pessoa tem autoconfiança, ela tende a ter um autodesempenho melhor, no sentido de gerenciar projetos e entregar demandas. Autoconfiança está ligada ao autoconhecimento, gerenciamento das emoções, motivação, empatia e outras habilidades sociais bem desenvolvidas", defende o especialista.
Eduardo também destacou outra qualidade fundamental para quem busca dar um salto de evolução na carreira: trata-se da resiliência, palavra emprestada da física e que representa a propriedade que um metal tem de acumular energia (devido a um choque, por exemplo) sem se romper, muitas vezes voltando posteriormente à sua forma original. Qualidade tão valorizada pelo mercado, a relisiência costuma fazer parte do perfil dos jovens profissionais. "A geração atual, muito inteligente e bem preparada, é pouco acostumada a lidar com a frustração. À medida que a pessoa adquire uma capacidade de resiliência alta, consegue lidar bem com os fracassos e fazer uma limonada com o limão", afirma o psicólogo. Ou, como diria Fernando Sabino: fazer da queda um passo de dança.
O diretor do Instituto Brasileiro de Gestão Avançada - IBGA (antiga Associação Brasileira de Administração Profissional e Aprendizagem Organizacional - Asbrapa), Aguilar Pinheiro, concorda. Segundo ele, resiliência exige grande percepção do entorno, e não só do seu próprio umbigo, e é essencial para quem busca o crescimento da carreira. Também prestando serviço como coach em diversas empresas, listou os principais erros e acertos de quem pretende pedir um aumento ou uma promoção. "O erro mais comum é fazer um pedido emocional, apresentando problemas pessoais que nada têm a ver com a empresa. Outra coisa é confundir movimento com produtividade: um grande volume de trabalho não implica obrigatoriamente em algum resultado positivo relevante para o empregador. Já os pontos fortes são: trabalhar com informação, descobrindo se a empresa possui um plano de cargos e carreiras no qual constam os critérios a serem cumpridos, e apresentar as contribuições dadas à companhia que justificam a concessão de um aumento".
Aguilar falou ainda sobre a necessidade do profissional estar sempre evoluindo e destacou o perigo ao qual está exposto aquela pessoa que define um perfil fixo para si mesma, refutando possibilidades de mudança. "Ela pode não ter perfil de liderança, o que não significa que não possa se tornar uma boa líder. Se o indivíduo acredita em um perfil imutável, no entanto, ele mesmo estará se engessando".
Para concluir, o diretor do IBGA comparou sua atuação com a de um treinador da área de esportes, destacando uma frase de Tim Gallwey, técnico de tênis e precursor do coaching: "nosso adversário não é o que está do outro lado da rede, mas aquele que está dentro de nós".
O recado é claro: adquirir autoconfiança depende apenas de nós mesmos. Se, por um lado, tal constatação é um alívio para quem sempre acreditou que crescimento profissional está obrigatoriamente ligado a uma boa indicação ou apadrinhamento, por outro ela representa um alto grau de responsabilidade para quem decide impulsionar a carreira. Sucesso, no final das contas, é resultado de muita dedicação e esforço pessoal.
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