Como profissionais que estão empregados devem procurar novas oportunidades sem colocar em risco o trabalho atual?
Na era da informação e das inovações tecnológicas, empregabilidade virou sinônimo de competência. Quem não sabe administrar a própria carreira torna-se mais vulnerável no mercado e, portanto, corre mais risco. Entre os especialistas é consenso: o profissional deve avaliar permanentemente a sua empregabilidade para averiguar se as suas competências são compatíveis com as do mercado de trabalho.
A internet, de novo, torna-se a aliada mais prática e acessível ao profissional. Informações sobre o mercado, seja qual for a área de atuação, podem ser buscadas nos sites de empregos, consultorias especializadas e por que não nas redes sociais. Até o network é uma forma de avaliar a empregabilidade.
Do mesmo modo, a internet serve como instrumento de marketing pessoal e profissional. E quando o mundo virtual se transforma em uma plataforma profissional, as chances de encontrar novas oportunidades no mercado são maiores.
Especialistas em gestão de carreira e recursos humanos afirmam que estar aberto a novas propostas, realizar pesquisas em sites e consultorias com o objetivo de analisar as oportunidades de emprego oferecidas pelo mercado e até mesmo enviar currículo quando a vaga em aberto parecer interessante é positivo e, até certo ponto, é encarado com naturalidade pelas empresas, mesmo quando o profissional se sente realizado com o trabalho atual.
No entanto, será que expor os dados pessoais e profissionais sem se preocupar em estabelecer alguns critérios é seguro quando o profissional já está empregado? Realizar cadastro em sites de empregos ou deixar currículos em consultorias de recrutamento e seleção não seria um risco para o emprego atual?
Segundo a consultora do IDORT São Paulo, Elisabete Alves, é natural que os profissionais estejam de olho no mercado para avaliar o seu nível de empregabilidade e que as empresas estejam atentas aos talentos, estando eles empregados ou não. Mas, segundo ela, é importante que as pessoas já empregadas tomem alguns cuidados ao se candidatar às vagas oferecidas pelas companhias. “Os profissionais podem mapear as empresas que querem trabalhar e mandar currículo apenas para as selecionadas a fim de não correrem o risco de enviar currículo para a própria empresa em que trabalha”, orienta Elisabete, que é especialista em gestão de carreira.
Especialista em administração de recursos humanos, Luis Marcondes recomenda a procura de um site ou consultoria especializada que cuidará do sigilo dos dados do profissional. Marcondes, que é sócio da Search, explica que na inviabilidade de recorrer aos serviços especializados, o profissional deve ocultar o nome do empregador atual no currículo, detalhando apenas as características da organização e a sua função e responsabilidades nela.
Segundo ele, as redes sociais também são um bom termômetro para medir o nível de empregabilidade, realizar network ou para encontrar novas oportunidades de trabalho. “Geralmente, nas redes o profissional encontra ex ou atuais colegas de trabalho que são excelentes fontes de referência e que podem lhe indicar alguma posição [vaga]. Mas isso vai depender dos bons relacionamentos que ele possui”, destaca Marcondes.
Chamaram-me para uma conversa. E agora?
Ao receber uma ligação ou mensagem de uma empresa que não quer se identificar para um eventual processo seletivo, o profissional deve questionar ao máximo a pessoa que entrou em contato - mostrando interesse pela vaga sem ser desagradável - a fim de conseguir informações relevantes sobre a organização, como o porte, a abrangência e o ramo de atuação, na tentativa de descobrir ou deduzir o nome da companhia e diminuir o risco de prejudicar o emprego atual.
Nos casos em que o profissional é chamado para uma entrevista de emprego, a recomendação é negociar com o possível novo empregador e marcar o compromisso fora do horário de expediente. Na impossibilidade, há duas alternativas, pouco aconselhadas pelos especialistas: explicar a situação ao superior imediato ou então dizer que precisa se ausentar por motivos pessoais sem detalhar a razão da ausência, arcando com as responsabilidades de sua decisão. Importante: o profissional jamais deve utilizar as ferramentas da empresa em que trabalha para monitorar as vagas oferecidas por outras corporações. Segundo os especialistas, as organizações rastreiam as páginas acessadas pelos colaboradores, por isso esta ação pode ser prejudicial à imagem do empregado.
Vagas internas
Muitas empresas hoje oferecem plano de carreira aos seus colaboradores, que podem começar atuando em um cargo técnico-operacional e chegar a um cargo de liderança. De acordo com os especialistas, profissionais que têm expectativa de crescimento na própria empresa em que trabalham devem expor seus anseios ao gestor ou, em casos de dificuldade para participar de uma vaga interna, à área de gestão de pessoas. “Se o profissional tem a oportunidade de mudar de cargo, ele deve concorrer à vaga interna e deixar claro o seu objetivo ao seu chefe”, recomenda Elizabete, do IDORT São Paulo. O colaborador, porém, não deve demonstrar insatisfação na função atual, orientam os especialistas.