Apesar de ganharem salários maiores, profissionais contratados no mercado têm desempenho pior do que os promovidos internamente nos dois primeiros anos no cargo. Esses dados estão em um estudo do professor da escola de negócios americana Wharton, Matthew Bidwell.
Segundo o levantamento, profissionais do mercado também costumam sair mais da empresa, voluntariamente ou por demissão. Ainda assim, eles ganham em média 15% a mais do que os funcionários internos em cargos similares.
O estudo avaliou o desempenho de funcionários de um banco de investimento americano entre 2003 e 2009. Segundo o autor, o mercado financeiro é um ambiente interessante para esse tipo de pesquisa porque profissionais da área possuem, em geral, alta mobilidade. Ainda assim, ele encontrou padrões similares tanto em funcionários da área administrativa do banco, quanto em uma editora na qual ele também conduziu estudos.
Da amostra, as promoções internas representaram 55% das entradas em novos cargos no período analisado, enquanto as contratações do mercado representaram 32%. A transferência entre áreas aconteceu em 10% dos casos, e uma combinação de transferência e promoção foi encontrada em apenas 3%.
Bidwell percebeu que as duas formas de mobilidade interna, promoção e transferência, foram responsáveis por um desempenho melhor do que em casos de contratação externa e de transferência horizontal combinada à promoção. A tendência se mantém por pelo menos dois anos passados no cargo, depois dos quais as avaliações de desempenho costumam convergir em resultados parecidos.
Ainda assim, o estudo sugere que os profissionais promovidos demorariam pelo menos sete anos para ter o salário equiparado com o dos contratados de fora. Esses, por sua vez, costumam ter mais experiência e melhor formação acadêmica, o que explica, em parte, os salários maiores. "Mas esse desempenho inicial ruim sublinha a importância de habilidades específicas a cada empresa", explica o autor.
Os profissionais de fora também costumam ter maior índice de promoção, após completar algum tempo no cargo. Funcionários transferidos de outras áreas possuem um índice ainda mais alto. "O resultado pode refletir o acúmulo de experiência", explica Bidwell.
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