terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Qual é o seu “algo a mais”?


Há tempos venho percebendo um cenário muito interessante no mercado, e chegou o momento de compartilhar esse pensamento com vocês. 

Apesar de vivermos atualmente a era do pleno emprego, como afirmam muitos especialistas, ainda temos muitos profissionais fora do mercado, principalmente aqueles que possuem um diploma universitário.

Vejo as empresas escavando cada vez mais fundo o mercado para encontrar profissionais competentes para o seu quadro de colaboradores. Mas também vejo muitos profissionais lutando para agarrar uma grande oportunidade profissional. O que esta acontecendo?

A questão, apesar de complexa, é de fácil conclusão. Nunca tivemos no Brasil tantos universitários como temos hoje. Acontece que as organizações não precisam apenas de pessoas estratégicas em seu quadro de colaboradores, é preciso também de pessoas que executem. No entanto, quanto mais conhecimento uma pessoa adquire, menos ela se permite atuar em funções que não condizem, a seu ver, com o seu status profissional. Entretanto, é preciso compreender que não há espaço para todo mundo, ao menos nas funções que todo mundo deseja.

Existe solução?
Sim, mas nada confortável. É fato que uma universidade, por mais conceituada que seja, tem um limite de carga horária para formar os seus alunos. Logo, o conhecimento transmitido, volto a dizer, por melhor que seja, é limitado. Isso ocasiona profissionais tecnicamente muito parecidos, necessitando desenvolver um “algo a mais” para se destacar no mercado. Se você tem esse “algo a mais”, conquistará as melhores oportunidades, se não tem, precisará entrar no mundo corporativo de alguma forma. Ficar esperando a oportunidade dos sonhos não lhe ajudará em nada, muitas vezes é preciso construir a sua oportunidade.

E o que é esse “algo a mais”? Deixe apresentar alguns cenários:
Capacidade técnica acima da média: Geralmente adquirida pela interação entre teoria e prática. Um profissional pode se destacar no mercado por ser brilhante nos fundamentos da sua profissão. Um engenheiro, por exemplo, tem uma grande possibilidade de despontar na profissão por conhecer profundamente a ciência que envolve o seu trabalho. De nada adianta um engenheiro extremamente competente em relacionamento, se não souber, de fato, os segredos para a perfeita execução da sua atividade final. Dentro de uma empresa, um profissional da área financeira também pode destacar-se e muito por conhecer o movimento do mercado financeiro e dessa forma, organizar a aumentar as riquezas da empresa. É importante enfatizar que aliar capacidade técnica a capacidade de relacionamento ajuda muito! Ninguém gosta de conviver com gênios indomáveis. Se você não faz questão de agradar, para conseguir êxito nos negócios, você precisará ser muito bom para que as pessoas não se importem (muito) com isso.

Capacidade de liderança: Nem sempre um líder precisa ser o mais genial - tecnicamente - do grupo, basta conseguir agregar as melhores cabeças. Muitas profissionais abdicam de suas áreas de formação para dedicar-se a liderança e conseguem grandes resultados. São pessoas que descobriram uma grande aptidão para liderar pessoas e que se desenvolvem constantemente para isso. O mercado está aberto a pessoas que sejam estrategistas e que saibam engajar equipes para resultados. O mercado não precisa apenas de pessoas brilhantes tecnicamente, é fundamental também encontrar profissionais que saibam unir pessoas em prol de resultados, o líder.

Capacidade de execução: Eis um profissional extremamente desejado e fundamental para qualquer negócio. Precisamos de pessoas que façam acontecer, que arregacem as mangas e faça a roda girar. Uma capacidade técnica só vale a pena se pessoas executarem os processos desenvolvidos. Da mesma forma, se tivermos apenas líderes nas organizações, nada vai andar. Em uma área comercial, por exemplo, precisamos do líder, mas precisamos principalmente, daquele profissional que visita o cliente, negocia e fecha a venda. O profissional que tiver a capacidade da execução, com inteligência, é claro, colherá grandes resultados. Capacidade estratégica: Com a profissionalização das empresas, tornou-se muito importante a presença de profissionais com uma grande capacidade de analisar os cenários e pensar a longo prazo. Estamos falando da área de estratégia e planejamento. Uma capacidade nada simples, pois depende de um conjunto de habilidades como visão sistêmica, obsessão por aprender e o desejo de manter-se antenado com o mundo e principalmente, uma enorme facilidade de conectar as coisas. Estamos vivendo uma era de transformações econômicas, portanto, o profissional capaz de analisar e compreender o impacto dessas transformações na sua realidade são extremamente necessários e valorizados no mundo corporativo.

Analisando as capacidades apresentadas, você pode chegar a várias conclusões, destaco duas:

1. Você se encaixou em alguma ou em mais de uma capacidade: Parabéns, invista muita energia para potencializar, cada dia mais, essa capacidade. Apenas uma dica: não despreze as demais, mas conscientize-se de que o seu diferencial está naquela que você mais tem facilidade e paixão.

2. Você não se encaixou em nenhuma delas: Então chegou a hora de tomar uma decisão e encontrar a sua verdadeira aptidão. É importante enfatizar que a sua verdadeira capacidade será revelada se você estiver na profissão e no lugar certo. Se você estuda engenharia e não está se enquadrando na profissão, é muito provável que você não se destacará pela capacidade técnica. A grande pergunta é: No que você é bom? O que você faz sem esforço? O que você deseja verdadeiramente fazer a sua vida toda?

Tem espaço para todo o tipo de capacidade no mundo corporativo, desde que você seja brilhante naquilo que decidir fazer. Também terá espaço para os medianos, aliás, o mercado precisa de todos os perfis. Tudo vai depender da sua ambição, daquilo que verdadeiramente você quer para a sua vida e carreira.

Finalizo nossa conversa com uma pergunta, e você poderá iniciar uma grande trajetória com sua decisão: Qual é o seu “algo a mais”?

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