domingo, 4 de agosto de 2013

Software treina usuários para entrevistas de emprego

Conheça este programa que promete ajudar as pessoas a se darem bem nas entrevistas de emprego.



Um software que analisa o seu comportamento e diz quais gestos e expressões são socialmente ruins ou inadequados para se atingir um propósito, no caso, convencer seu ouvinte a lhe dar um emprego. Essa é a síntese da proposta MACH, sigla do programa interativo desenvolvido pelo doutourando Mohammed Ehsan Hoque, do MIT, que significa (com uma pequena adulteração na última letra) “My Automated Computer coacH”, ou seja, um computador que age feito um “treinador” para interações comunicacionais.
Hoque diz que neste primeiro momento, o seu trabalho deve se focar em ajudar candidatos a vagas de emprego e a quem se prepara para fazer um discurso, por exemplo. Futuramente, ele espera que o software possa ajudar pacientes com fobias sociais, termo que se refere a pessoas que sofrem de extremo desconforto (normalmente notada pela ansiedade ou medo) sob situações em que são submetidos a qualquer tipo de julgamento social. A entrevista de emprego é o melhor exemplo, mas ainda cabem inúmeras situações como a apresentação de um trabalho ou ainda uma primeira visita à casa da sogra.
Para o pesquisador, as habilidades interpessoais são fundamentais para obtermos sucesso em casa ou no trabalho. Hoque acredita que a forma como agimos e expressamos nossos sentimentos nos define. E para melhorar essa “habilidade”, um treinador interacional que não-humano instalado em um ambiente privado, onde o candidato possa treinar quantas vezes quiser, pode vir a calhar.
O software MACH foi feito para rodar em qualquer computador e só precisa de uma webcam e microfone. Isso porque o programa precisa capturar expressões faciais (sorrisos, movimentação da cabeça), corporais (movimentação dos braços) e da fala (velocidade, altura, uso de gírias, expressões orais como “hum...”, “é...”, “tipo assim...”). Pela tela, o usuário interage com um humanóide virtual 3D que sorri, mexe a cabeça, faz perguntas e até arrisca dar respostas (tudo em inglês, por enquanto).
Depois das interações, o software exibe a avaliação, composta por uma série de dados, organizados em gráficos, que podem ser exibidos juntamente com o vídeo gravado da “entrevista”. Para o seu criador, a avaliação feita por uma “máquina” é mais efetivo porque, nesse caso, a verdade não dói tanto.

O MACH foi testado com 90 alunos voluntários do MIT, que foram divididos em três grupos que fizeram duas sessões de entrevistas com conselheiros do Instituto. Entre as entrevistas um grupo assistou a vídeos com dicas para se dar bem em entrevistas, o segundo grupo teve uma rodada de prática com o MACH e não teve acesso à avaliação do software, e o terceiro grupo usou o MACH, viram os resultados de desempenho. No fim, o terceiro grupo teve estatisticamente notas bem mais altas dos entrevistadores do que os dois grupos anteriores, que se mantiveram em níveis bem semelhantes.
O trabalho de doutorado de Hoque será concluído até agosto e apresentado em setembro na Conferência de Computação Ubíqua e Pervasiva (categoria relativa à onipresença/invisibilidade da computação no nosso cotidiano), na Suíça.

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