terça-feira, 11 de novembro de 2014

O desafio de ser mãe e profissional

mae e trabalhadora

Nas décadas de 80 e 90 o desafio da mulher era a inserção no mercado de trabalho, ser reconhecida e valorizada como profissional e um ser capaz de contribuir social e economicamente. Hoje, com sua alta inserção no mundo organizacional, ocupando um número considerável no quadro de colaboradores das empresas e com cargos que exigem dedicação, o desafio é conciliar seus múltiplos papéis, principalmente a maternidade e a vida profissional que requer cuidados especiais e disponibilidade de tempo.
A forte cobrança para cuidar do filho e do emprego ao mesmo tempo e com igual dedicação é uma das grandes preocupações da mulher contemporânea. Buscar uma boa colocação no mercado de trabalho, investir na carreira e não abrir mão da maternidade, exige da mulher disposição e desenvoltura para conciliar a dupla jornada. “Ser uma excelente mãe e uma excelente profissional muitas vezes não é fácil, mas para conciliar as duas coisas me entrego totalmente à função que estou exercendo no momento com amor, dedicação e responsabilidade. Quando estou no trabalho, foco todos os meus esforços na vida profissional e quando estou em casa ofereço o meu melhor para minhas filhas, com muita paciência, calma e amor. Nada de levar stress ou serviço para casa e nada de problemas pessoais no trabalho. Assim, tento ao máximo traçar um paralelo entre as duas funções em que ambos fiquem satisfeitos”, afirma a Analista de RH Aline Gonzaga, mãe de duas filhas de 4 e 3 anos.
Com o envolvimento da mulher cada vez maior com as atividades profissionais, a dinâmica familiar passou por algumas transformações, hoje se tem uma participação mais ativa dos pais no cuidado com os filhos e até mesmo nas tarefas domésticas. Para que a mulher mãe tenha a condição de cumprir com a jornada de trabalho, é necessário ter uma rede de apoio, seja com a contribuição dos familiares ou mesmo de creches, escolas e secretárias do lar.
Entretanto mesmo com a rede de apoio, com a compreensão das empresas, ainda assim as profissionais que possuem filhos, precisam ser verdadeiras equilibristas para dar conta de tantas atividades. É preciso ter energia e planejamento, concluir com a jornada de trabalho, chegar em casa e exercer o papel de mãe com cuidados (banho, alimentação), brincadeiras, atenção, auxiliar nas tarefas escolares, escutar como foi o dia e até mesmo o simples ato de assistir um filme ou desenhos juntos, requer da mulher disponibilidade. “Procuro organizar meu tempo, fazendo com que renda bastante, pois são inúmeras coisas para fazer e o tempo passa muito rápido”, comenta Janalice Curado, Administradora e mãe de uma filha de 11 meses.
Ser uma mãe participativa e trabalhar é um grande desafio, principalmente quando os filhos ainda são pequenos e exigem maiores cuidados, o cansaço físico se torna ainda maior. Muitas mães vão equilibrando prioridades e valorizando a qualidade do tempo que passa com os filhos para buscar suprir o período de ausência. Já que o tempo dispensado a eles é curto, investe-se na qualidade com cuidados, carinho, lazer e atenção.
Buscar um acordo com a empresa e gestoras para acompanhar os filhos em consultas, assistir uma apresentação da escola, tirar férias no mesmo período de férias escolares, dedicar um tempo maior no dia do aniversário, são algumas práticas que as profissionais utilizam para equilibrar a dupla jornada. “A jornada dupla não é tarefa fácil, mas abri mão de trabalhar o dia inteiro e assim ter uma menor remuneração para ficar mais tempo com meus filhos”, afirma Carla Cecília, gerente de Studio de Academia, mãe de dois filhos de 11 anos e 1 ano.
Vale ressaltar que mesmo com tantas atividades para conciliar, com o peso que se tem em administrar situações familiares e investir na carreira profissional, as mulheres continuam buscando diariamente as conquistas como profissionais, uma vez que se sentem mais completas, realizando-se como profissional e podendo proporcionar aos filhos boas escolas, viagens, programas de lazer como resultado da sua independência e daquilo que as produzem. É possível fazer as duas coisas bem feitas, desde que haja planejamento, organização, boa energia e que o orgulho de ser uma mãe heroína seja maior que o sentimento de culpa da ausência.

Por Mônica Gomes

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