terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Fundador do LinkedIn diz que é vital se conectar

Às vezes parece que o cofundador da LinkedIn Corp., Reid Hoffman, esteve envolvido com todas as firmas de tecnologia importantes que surgiram na última década, seja como empresário, investidor ou conselheiro

Hoffman já deixou sua marca como membro da chamada "máfia PayPal", quando ajudou a expandir a firma de pagamentos eletrônicos e vendê-la à eBay Inc. em 2002 por US$ 1,5 bilhão.
Após a venda, o executivo de 44 anos, formado pela Universidade de Stanford, tornou-se um dos "investidores anjos" mais ativos do Vale do Silício, distribuindo dinheiro e conselhos para então incipientes firmas novatas como a Facebook Inc., o site de compartilhamento de fotos Flickr [agora de propriedade da Yahoo Inc.], e a empresa de jogos para redes sociais Zynga Inc. Em 2003, ele fundou a LinkedIn, onde agora atua como presidente executivo do conselho de administração.
Com 150 milhões de membros e nove anos de história, o LinkedIn é o principal site de relacionamentos profissionais. A partir de 27 de fevereiro, nove meses depois de realizada a oferta pública inicial, a empresa passou a ser rentável e tem hoje um valor de mercado de quase US $ 9 bilhões.
À medida que a concorrência aumenta suas ofertas para profissionais, o diretor-presidente Jeff Weiner e Hoffman estão cada vez mais focados nos usuários, na receita e no lucro. Alguns analistas dizem que a principal debilidade da LinkedIn é o envolvimento do usuário, medido pelo tempo gasto no site. Em janeiro, usuários do LinkedIn gastaram em média 17 minutos no site, segundo a firma de pesquisa comScore Inc. Em comparação, usuários do Facebook passaram uma média de quase sete horas no site no mesmo período.
Hoffman passa a maior parte do tempo na LinkedIn. Mas também pode ser encontrado na firma de capital de risco Greylock Partners, onde, como sócio, garimpa novas firmas promissoras. Numa entrevista ao The Wall Street Journal, ele falou sobre os progressos feitos pelo LinkedIn e o que vem por aí para o Vale do Silício. Trechos editados:
WSJ: Como o sr. define o papel de presidente executivo do conselho da LinkedIn?
Reid Hoffman: É deliberadamente inespecífico. Posso atuar em muitos papéis. Muito do meu trabalho é o desenvolvimento de produtos, estratégias e a evolução da tecnologia nos próximos três a cinco anos, em sintonia com o diretor-presidente, Jeff [Weiner].
WSJ: Por que a LinkedIn continua apresentando forte crescimento numa fase de recessão global? Por quanto tempo a empresa pode manter esse ritmo?
Hoffman: Em qualquer direção que vá a economia, para cima ou para baixo, os negócios continuam. Essa é uma das razões pelas quais a LinkedIn, seja qual for a situação econômica, continua a ter progresso. Estou muito satisfeito com Jeff como diretor-presidente e a equipe executiva está a todo vapor. Por ora, não vejo nenhum indicador negativo.
WSJ: O diretor-presidente da Facebook, Mark Zuckerberg, disse que quer chegar a 1 bilhão de usuários. O sr. tem um objetivo semelhante para o LinkedIn?
Hoffman: A meta final é ser a rede profissional do mundo. Não só para executivos, mas também para assistentes e donos de pequenas empresas. Talvez isso represente aproximadamente um quarto da população do mundo.
WSJ: O LinkedIn está crescendo rapidamente, mas os usuários não passam muito tempo no site em comparação com outras redes sociais. Essa é uma preocupação?
Hoffman: Nosso objetivo não é fazer com que você passe mais tempo [no site]. Nosso objetivo é que você faça mais coisas de forma mais eficaz. Estamos tentando ampliar nossa utilidade, em termos de sermos capazes de resolver certas tarefas. Aprofundar e ampliar o conjunto de tarefas que você pode fazer numa base diária e semanal — como manter-se informado, encontrar as pessoas certas, os recursos de que precisa. O indicador não é o tempo, é a eficiência produtiva.
WSJ: O sr. acabou de escrever um livro, "The Start-up of You" (algo como "Seu Novo Empreendimento: Você"). Qual é a mensagem?
Hoffman: Todo o indivíduo tem de se ver como empresário de sua própria vida. Você investe em si mesmo? Como você estabelece bons planos e estratégia? Como assume riscos inteligentes? Como se adapta ao futuro? Se você não fizer isso, estará em sério risco.
WSJ: Qual a melhor maneira de administrar a carreira?
Hoffman: É preciso investir nas suas habilidades de construir uma rede de contatos. Verifique se você está conectado com pessoas de fora da sua empresa. E descubra as novas regras do jogo.
WSJ: Qual é a próxima fase para redes sociais?
Hoffman: Há ainda muito espaço para redes sociais interessantes. Eu investi há pouco tempo na Edmodo, uma rede social para professores e alunos do ensino médio. As redes sociais vão ficar mais enraizadas na vida das pessoas. Há ainda muita profundidade para ser explorada, em termos das formas em que [uma rede] social pode ser usada para ajudar as pessoas a navegar suas vidas.

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