Você gosta de desafios? No trabalho, encara dificuldades e tarefas mais complexas com regularidades? Pois saiba que se o fizer você estará na frente de quem leva uma rotina burocrática e repetitiva. Em um estudo escocês publicado pelo jornal Neurology (Jornal Oficial da Academia Americana de Neurologia) e presente em reportagem do jornal Estadão do último dia 09-12, as profissões pautadas em tarefas desafiadoras, abstratas e mentalmente desafiadoras mostraram-se evidentemente mais eficientes no que se refere a otimização das conexões neurais existentes no cérebro.
A grosso modo podemos dizer que no cérebro existem caminhos que são formados ao longo de nosso desenvolvimento e que permitem que as informações sejam levadas (através das conexões neurais) para as mais variadas regiões. Quanto mais um cérebro é estimulado, mais caminhos temos e mais definidos eles ficam. Os estímulos constantes também ajudam na criação de atalhos (a informação chega mais rápido onde deve chegar) e passamos a ser mais eficientes no que fazemos.
Na infância, quando o cérebro está em pleno desenvolvimento, tudo acontece muito rápido e em uma quantidade exorbitante, entretanto, mesmo depois de adultos, existe o que os cientistas chamam de plasticidade neural, que permita que o cérebro continue em desenvolvimento e sofra adaptações. Um bom exemplo disso é quando uma pessoa sofre um AVC (acidente vascular cerebral) e, gradativamente, frente a um grande desafio, recupera funções que foram perdidas quando uma área do cérebro ficou sem oxigênio ou sofreu uma pequena hemorragia. Em casos assim, o cérebro adapta as regiões circundantes e as otimiza para que retomem, da melhor maneira possível, as funções perdidas.
Mas, voltando a pesquisa, constatou-se que profissões como as dos arquitetos, assistentes sociais e designers gráficos são exemplos de pessoas que enfrentam desafios diariamente e, portanto, têm maiores chances de “turbinar” seus cérebros. Outras profissões presentes nos resultados foram a dosadvogados, médicos cirurgiões, magistrados e membros do Ministério Público.
Mas, creio que a melhor notícia de todas, é que os ganhos alcançados ao longo da vida permanecem na velhice, proporcionando cérebros mais eficientes. Certamente podemos fazer um paralelo entre ganhos assim e prevenção de doenças senis e relacionadas à quadros demenciais como o Alzheimer.
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